História
Também conhecido por Yorkie, esta é uma raça relativamente recente, cuja origem nos transporta para Leeds, Yorkshire e Manchester, no Norte da Inglaterra. Na sua configuração está patente o contributo genético de várias raças, apesar de não existir uma versão única acerca da sua descendência. O Black and Tan English Terrier, os Scottish Terriers e o Waterside Terrier (este último por alguns considerado a influência mais evidente) são raças sob as quais se especula. O Maltês, o Dandie Dinmont e o Skye são igualmente hipóteses prováveis que muitos especialistas defendem.
O Yorkshire Terrier foi muito útil durante a Revolução Industrial, já que lhe cabia a tarefa de caçar os indesejáveis ratos das minas de carvão. Crê-se, aliás, que esta espécie foi selecionada pelos mineiros de West Riding, no Yorkshire.
Por esta altura, estes cães tinham um porte bem mais robusto. Na verdade, a aparência que conhecemos hoje começou a ser conquistada apenas no séc. XIX, orientando-se para a sua miniaturização. Este século foi aliás bastante promissor para esta estirpe, que começa a testemunhar um incremento considerável na sua popularidade.
Em 1861, o Yorkie participa pela primeira vez numa exposição canina em Inglaterra, ainda classificado como “Broken-Haired Scottish Terrier”. Só em 1870 é que teve o privilégio de ver reconhecido o seu atual nome numa revista da especialidade.
Em 1865, nasce aquele que vai ser considerado o exemplar fundador da raça, chamado “Huddersfield Ben”. Este cão foi detentor de vários prémios obtidos nos então apreciados concursos de ratos. No ano seguinte, em 1866, esta estirpe é reconhecida pelo Kennel Club britânico.
Em 1872, nasce o primeiro Yorkie nos EUA e, seis anos depois, esta raça é vista pela primeira vez, numa exposição do género. Foi reconhecido pelo Kennel Club americano em 1885 e, em 1898, pelo então criado The Kennel Club da Inglaterra.
Neste final de século, os Yorkies tiveram ainda o privilégio de deixar o cenário industrial com que outrora foram identificados e passaram a ser adotados pelas damas da aristocracia e alta burguesia britânicas, que se despediam da Era Vitoriana.
O primeiro standard da raça é publicado em 1989. Este distinguia duas variantes dentro da mesma raça: a primeira, com um peso até os 2,3Kg (vocacionada para cão de companhia); e a segunda, com um peso passível de oscilar entre os 2,3 e os 6Kg (para enfrentar os ratos).
Por volta de 1930, a aparência que hoje conhecemos tinha-se tornado estável, apesar de poderem ser observados exemplares com vários tamanhos. Atualmente, considera-se que o Yorkshire Terrier não deve exceder os 3,15 Kg, o que o equipara ao Chihuahua, um dos cães mais pequenos do mundo.
Presentemente, esta raça não precisa de ser apresentada ao mundo, já que a sua criação floresce com particular sucesso, existindo clubes que protegem e difundem a espécie em quase todos os continentes.
Temperamento
Estes pequenos caçadores são extremamente ativos, dóceis e cheios de personalidade. Possuem os traços típicos de um caçador, já que são corajosos (são ótimos para alertar a chegada de pessoas estranhas) e um pouco obstinados.
Na sua relação com a família, necessitam de receber muita atenção e dão-se melhor com os mais velhos do que com as crianças muito pequenas. Convém pois que na presença destas sejam supervisionados, uma vez que nem sempre apreciam os “abusos” dos mais novos.
São animais fáceis de treinar mas, por vezes, a sua teimosia manifesta-se boicotando qualquer tentativa pedagógica. Treinar um Yorkshire Terrier é uma tarefa que pode parecer difícil. Na verdade, é preciso apenas que tal treino seja coerente e firme. Se forem educados desde pequenos, e habituados a estar na presença de outras pessoas e animais de estimação, certamente se contornarão alguns traços menos positivos da raça.
Descrição
Da classe Toy, este simpático companheiro mede cerca de 22 cm e o seu peso não deve exceder os 3,1 Kg.
A sua pelagem é comprida, sedosa e lustrosa. As cores permitidas são o azul aço escuro (que tinge a parte de trás da cabeça até à raiz da cauda) e o fogo rico (nos pés, peito e face).
A sua cabeça é pequena e achatada no corpo e o focinho é de comprimento médio. Os olhos são escuros e brilhantes, de expressão muito viva e astuta, e as orelhas são pequenas e triangulares (devem estar eretas e não muito distanciadas). O seu corpo é compacto: o dorso é curto e nivelado; o lombo sólido e as costelas são ligeiramente arqueadas. Os membros são curtos e retos, os pés redondos e as unhas pretas. A cauda é geralmente amputada na metade do seu comprimento natural e mantida ao nível do dorso, mas pode ser mantida comprida, com pêlo abundante e o mais recta possível, trazida um pouco mais alto do que a linha do dorso.
Observações
Esta raça tem uma esperança média de vida que varia entre os 9 e 15 anos de idade. É propensa a algumas doenças e malformações de que são exemplo as hérnias, o desenvolvimento de dupla dentição, de tártaro, epilepsia e variados problemas de olhos (tais como infecções, dificuldades na produção de lágrimas e atrofia progressiva da retina).
A manutenção da sua pelagem pode ser realizada por profissionais ou pelo seu dono. Neste último caso, convém alertar para o fato de esta ser uma tarefa exigente e diária. Na verdade, a muda de pêlo é pouco visível nestes cães, mas a sua pelagem necessita de ser aparada devido ao rápido ritmo de crescimento. É ainda necessário aparar o pêlo à volta dos olhos e nas orelhas, para evitar infecções e irritação. Os dentes também deveriam ser lavador regularmente.
O Yorkie deve praticar exercício físico diariamente (20/40 minutos por dia) e é um animal cujo apetite é proporcional ao seu tamanho, por isso os gastos com a alimentação não são avultados.
Prefere os climas moderados a quentes e não está adaptado para viver fora de casa.